DIVERSIDADE
Sou professora da Prefeitura Municipal de Curitiba e atualmente realizo o curso de Formação Continuada de Professores em Tecnologias de Informação e Comunicação Acessível pela UFRGS.
sábado, 18 de agosto de 2012
Instituto Bradileiro de Amigabilidade e Usabilidade
Diagnóstico de deficiências na percepção de cores nos usuários internet
Julho 02, 2004
Introdução
Estima-se que entre oito e vinte por cento da população (as estatísticas variam) sofra de algum tipo de deficiência na percepção da cor. Para verificar as estatísticas entre os internautas, foi oferecida aos usuários do portal Sampa Online (www.sampaonline.com.br) a possibilidade de verificar possíveis deficiências na percepção de cores através de realização de um teste baseado nas placas desenvolvidas em 1917 pelo Dr. Shinobu Ishihara (1879-1963), professor emérito da Universidade de Tókio. Essas placas eram utilizadas antigamente no Estado de São Paulo para verificar as deficiências nos candidatos a motorista. Ao realizar o teste, a resposta foi registrada, junto com o endereço de IP do usuário. Este artigo analisa os resultados obtidos até o dia 2 de julho de 2004.
Metodologia
Somente um resultado por endereço de IP/sexo foi processado. Como muitas pessoas refizeram o teste depois da primeira tentativa (após a qual verificam o resultado) somente a primeira das tentativas foi considerada.
Estatísticas
De um total de 1.284 pessoas do sexo masculino, somente 834 (68%) acertaram o teste. Já entre as mulheres, 860 fizeram o teste, e 705 (82%) acertaram todas as placas (ver, abaixo, as placas utilizadas). Esta diferença era esperada, já que deficiências na percepção de cores são mais comuns entre homens que entre mulheres. Entretanto, nos surpreende o elevado número de respostas erradas pelas pessoas do sexo feminino: segundo a literatura, deveria ser bem menor. Há, obviamente, a possibilidade dos internautas terem fornecidos informações incorretas quanto ao sexo, mas achamos improvável.
Entre os homens, a placa que colecionou mais erros foi a placa 2 (260 erros) seguidas das placas 7 (182 erros), 6 (150 erros) e 5 (135 erros). Quase todos acertaram a placa 1: somente houveram 8 respostas erradas. Há uma explicação: essa placa oferece um bom contraste, misturando cores opostas do Círculo de Newton .
Entre as mulheres, a placa 7 foi a campeã de erros; as placas 1 e 4 foram as que menos erros colecionaram.
Na opção "só vejo um monte de pontos" a campeãs foram, entre os homens, as placas 4 (314 respostas) e 8 (302 respostas). Novamente a placa 1 parece ser a mais visível: somente 14 respostas citaram essa placa.
Já entre as mulheres, a placa 2 foi a campeã (72 respostas) seguida das placas 4 (63 respostas), 6 (41 respostas) e 8 (36 respostas). A placa 1 é também entre as mulheres a mais visível: somente 8 respostas citaram essa placa.
Aplicação
Os resultados são bastante preocupantes: há muitos internautas, principalmente homens, que tem algum tipo de deficiência na percepção de cores, ao menos quando visualizam uma tela de computador. Esta constatação torna essencial a escolha de uma combinação de cores que seja perceptível pela maior parte dos leitores.
Veja um exemplo de uma combinação inapropriada, extraído de um portal que possui um mecanismo de verificação anti-spam: para liberar um e-mail enviado a um usuário desse portal, o remetente tem de acessar uma tela e digitar a palavra que é mostrada através de uma imagem. A palavra exibida na imagem a seguir (figura 1) provavelmente não seja reconhecível, pelo menos totalmente, por um número considerável de internautas:
Figura 1
Considerações finais
É de fundamental importância que o projetista leve em consideração as recomendações que efetuamos no artigo A utilização de cor no mecanismo de interação com o usuário devido ao elevado número de pessoas com algum tipo de deficiência na percepção.
Fonte: Instituto Bradileiro de Amigabilidade e usabilidadfe
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Pra Cego Ver: uma proposta de descrição de imagens para o Facebook
Texto retirado na íntegra de: http://www.blogdaaudiodescricao.com.br
A internet é uma ferramenta de acessibilidade ainda
subutilizada. No tocante às imagens, não basta saber editar o HTML e
inserir um atributo "alt", se a descrição da imagem não disser algo
substancial, significativo, para o internauta com deficiência visual. No
Facebook existe a opção de inserir uma descrição da imagem postada, mas
a maioria das pessoas ainda ignora a presença dos que possuem limitação
visual nas redes sociais. Audiodescrição/descrição de imagens ainda é
novidade.
Descrevo imagens para meu blog, sistematicamente,
desde 2007 [antes disso já descrevia para livros em Braille e Livro
Falado]. Quando passei a usar o Facebook, site com um alcance obviamente
muito superior ao do meu blog, continuei a descrever meus álbuns,
causando estranhamento em muita gente, que não entendia meus motivos
para inserir uma legenda enunciando algo que estava diante dos olhos de
todos. Qual a importância de uma redundância dessas?
Com o objetivo de esclarecer esse estranhamento para
os leigos e atraí-los para a atividade e também, ambiciosamente, tirar
os que já trabalham com a temática da deficiência visual, incluindo
pessoas cegas, de suas zonas de conforto e convocá-los a assumirem seus
postos de produtores de acessibilidade, criei o projeto Pra Cego Ver, cuja meta era a produção de conteúdo imagético acessível para Facebook.
Ainda sem parceiros e sem saber direito como começar,
criei um evento simbólico na internet. Pessoas de todo o mundo podiam
confirmar "presença". A lista dos que foram convidados por mim continua
lá, bem como a lista dos que aceitaram, recusaram ou deixaram o convite
em aberto com um "talvez". Com o fim, também simbólico, do evento [na
verdade eu estava sob o limite imposto pelo Facebook, que me dá o prazo
de 4 meses para cada evento], criei uma página permanente, na qual
audiodescritores profissionais, majoritariamente do Sul do Brasil, e
amadores, têm colaborado com o envio de imagens e suas respectivas
descrições. Está dando certo e muitas pessoas cegas já compartilham
imagens descritas, espalhando acessibilidade pela rede.
A comunidade tem crescido. Fico feliz quando vejo
pessoas cegas de minha rede compartilhando imagens descritas por mim e
pelos voluntários que estão aderindo à causa, somando esforços e fazendo
o projeto Pra Cego Ver mais encorpado, mais colaborativo, mais
criativo. Minha alegria aumentou quando recebi imagens descritas pela
Mimi Aragón e quando Bell Machado, dentre outros queridos profissionais,
aderiu à página [ou curtiu, como diz o jargão da net]. São tantas
pessoas bacanas ajudando, somando, fazendo acontecer, aos poucos, o
sonho de uma rede social mais acolhedora, mais acessível para todos.
O desafio agora é atrair pessoas para descrever uma
imagem por semana, toda quarta-feira:
https://www.facebook.com/PraCegoVer/posts/434114996619016
Unindo forças, a acessibilidade é possível, sim.
Conheça a página: Pra Cego Ver
Abraços,
Patrícia Braille
Audiodescrição: instrumento eficaz na inclusão social de pessoas com deficiência visual
A Audiodescrição, técnica que
transforma o visual em verbal, é o caminho para o acesso de pessoas com
deficiência visual à cultura e à informação, contribuindo para sua
inclusão social.
Criada na década de 1970 pelo norte-americano Gregory
Frazier em sua dissertação de mestrado sobre cinema para cegos, e
apresentada à Universidade de São Francisco, a audiodescrição foi
efetivamente implementada somente em 1981 pelo casal Margaret Rockwell e
Cody Pfanstiehl, como forma de ampliar o entendimento das pessoas com
deficiência visual em qualquer evento em que haja imagens, sejam elas
estáticas ou em movimento, concretas ou abstratas.
"Todos, inclusive idosos e disléxicos, podem ser
beneficiados quando a tradução das imagens em palavras seguir regras
básicas, sem inferências, interpretações ou explicações. Talvez este
seja o maior cuidado que se deve ter no uso deste importante instrumento
para as pessoas com deficiência visual, pois a audiodescrição exige
estudo, aprofundamento e técnicas sistematizadas de acordo com a
manifestação artística, e por isso é reconhecida como um trabalho
profissional", explica Rosângela Ribeiro Mucci Barqueiro - coordenadora
de relações institucionais da Laramara (Associação Brasileira de
Assistência ao Deficiente Visual), psicóloga, audiodescritora e
consultora em Inclusão.
A técnica se aplica para eventos culturais (peças de
teatro, filmes, desenhos, animações, programas de TV, exposições,
musicais, óperas, desfiles de moda, espetáculos de dança, mágica,
acrobacias, artes circenses), religiosos (missas, batizados, crismas,
procissões, casamentos, funerais, cultos e rituais em geral), turísticos
(passeios, visitas, roteiros turísticos), esportivos (jogos, torneios,
olimpíadas, caminhadas, trilhas, lutas, competições em geral),
acadêmicos (livros, apostilas, palestras, seminários, congressos, aulas,
banners, feiras de ciência, experimentos científicos, histórias),
corporativos (reuniões, treinamentos, murais de avisos, publicidade e
apresentações).
Segundo Rosângela Barqueiro, "com a inclusão nas
escolas, a tendência é que haverá um avanço maior e mais rápido do uso
deste importante instrumento, e só com ele será possível atender às
exigências de acessibilidade à informação para as pessoas com
deficiência visual".
Como funciona
Para qualquer tipo de audiodescrição, é necessário
que o audiodescritor-roteirista tome conhecimento do material
previamente, pois é preciso estudar termos a serem introduzidos em seu
script de forma precisa, para ser coerente e fiel à obra. Qualquer que
seja o tema a ser abordado é imprescindível uma preparação e o respeito
pela linguagem proposta pelo autor.
Esse recurso pode ser ao vivo ou gravado. A
audiodescrição ao vivo significa que é narrada no mesmo momento da ação,
porém, seguindo um roteiro prévio. É o caso de uma peça de teatro, que,
por acontecer eventuais improvisos, não deve ser gravada. Em teatro e
cinema, por exemplo, o equipamento usado é o mesmo da tradução
simultânea. Os audiodescritores ficam em cabines narrando em microfones e
o som é transmitido para os usuários por meio de equipamentos
radiofônicos sintonizados numa determinada frequência, através dos fones
de ouvido.
Já em auditórios, salas de aula, eventos mais
específicos e com poucos recursos financeiros, utiliza-se um aparelho de
transmissão de FM, cuja audiodescrição é recebida em rádios comuns de
FM sintonizados no melhor canal de transmissão local e com os fones de
ouvido. Este é o mais recomendado, pois, além de eficiente, a própria
pessoa com deficiência participa com seu rádio e seus fones, tendo
domínio total do volume e sintonia, além de ser mais confortável, pois
seus fones são de uso exclusivo.
A audiodescrição gravada é feita em estúdio com
diretor e técnico de gravação. É feita a sincronização do áudio extra
com a audiodescrição e o som do filme. A transmissão da audiodescrição
na TV se faz por canal secundário de áudio e a maior parte das
transmissões atuais na TV brasileira só está disponível na TV Digital.
A audiodescrição é reconhecida como recurso de
tecnologia assistiva, e, felizmente, cada vez mais usado, inclusive do
ponto de vista pedagógico. Ainda não está sendo usado em todas as
escolas, no entanto, é cada vez maior a participação de professores
envolvidos na construção da inclusão efetiva nas salas de aula. "É um
processo trabalhoso, mas igualmente gratificante e satisfatório, porque
sai do discurso e passa para a ação, proporcionando, assim, coerência e
harmonia entre pensar, sentir, falar e agir com inclusão", conclui a
especialista.
A Laramara, por meio de seu departamento de relações
institucionais, já realizou quatro edições do Curso Introdutório à
Audiodescrição, com o objetivo de disseminar o conceito para diferentes
públicos. Desde 2008, vem negociando com escolas técnicas e
profissionalizantes a possibilidade de realização do curso, objetivando
mais oportunidades para os profissionais da área de comunicação, bem
como a ampliação do uso do recurso nas atividades que buscam
acessibilidade e inclusão.
Sobre a Laramara
Laramara é uma das mais atuantes instituições
especializadas em deficiência visual e um centro de referência na
América Latina. Realiza atendimento educacional especializado, com ações
complementares e atividades específicas essenciais à aprendizagem e
desenvolvimento das pessoas com deficiência visual e com deficiências
associadas. As atividades socioeducativas são realizadas em grupos,
organizados por faixa etária e os usuários dispõem ainda de atendimentos
específicos de Braille, Soroban, Desenvolvimento da Eficiência Visual
(Baixa Visão) e Orientação e Mobilidade. Disponibiliza recursos humanos
para a inclusão, colabora para o aperfeiçoamento e a capacitação de
profissionais e divulga suas experiências e aquisições para todo o
Brasil, por meio de 30 recursos instrucionais produzidos por sua equipe,
como livros, manuais e DVD´s, contribuindo para que todas as crianças
brasileiras possam ser educadas e beneficiadas. Laramara trouxe para o
Brasil a fabricação da máquina Braille e da bengala, indispensáveis para
a educação e a independência da pessoa cega. Buscando a inclusão
profissional de jovens e adultos com deficiência visual, ampliou seu
projeto educacional incluindo a preparação para o mundo do trabalho e
vem desenvolvendo um programa para os jovens maiores de 17 anos.
Laramara, desde sua fundação, acreditou no valor do brincar e do
brinquedo para a interação com a criança e para facilitar o
desenvolvimento infantil; defende o direito da criança com deficiência
visual a um aprendizado alegre e prazeroso, com brincadeiras e otimismo e
continua cada vez mais unida em torno deste ideal. O trabalho da
Laramara, que agora completa 21 anos, atua efetivamente no estado de São
Paulo e procura colaborar também para a inclusão das pessoas com
deficiência visual em todo o Brasil.
Associação Laramara
Endereço: Rua Conselheiro Brotero, 338 - Barra Funda - SP/SP
Telefone: (11) 3660-6400 e Fax: (11) 3662-0551
www.laramara.org.br
Endereço: Rua Conselheiro Brotero, 338 - Barra Funda - SP/SP
Telefone: (11) 3660-6400 e Fax: (11) 3662-0551
www.laramara.org.br
Fonte:Jornal Brasil
O PROJETO LIVRO FALADO
O rico universo de Jorge Amado, Raquel de Queiroz, Machado de Assis e
Guimarães Rosa, entre outros, agora está disponível a pessoas antes
excluídas da experiência de desfrutar do talento destes autores. O
acesso de pessoas com deficiência visual à vasta literatura nacional
ficou um pouco mais fácil graças ao Programa Livro Falado.
Com alcance nacional e internacional, o projeto permitiu a adaptação e disponibilização de livros de autores brasileiros na internet para oito países de língua portuguesa; a digitalização de um acervo de 500 horas de livros falados, originalmente gravados em fitas cassetes; e a reedição do “Livro Falado: Uma história para ler, gravar e ouvir”, nas versões falada, em tinta e em braile.
Fonte: Site Livro Falado
http://www.livrofalado.pro.br/index.php
Com alcance nacional e internacional, o projeto permitiu a adaptação e disponibilização de livros de autores brasileiros na internet para oito países de língua portuguesa; a digitalização de um acervo de 500 horas de livros falados, originalmente gravados em fitas cassetes; e a reedição do “Livro Falado: Uma história para ler, gravar e ouvir”, nas versões falada, em tinta e em braile.
Fonte: Site Livro Falado
http://www.livrofalado.pro.br/index.php
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